Minha Mãe
Mãe Minha
Quando lembro de seus olhos doces
Cadenciados olhando-me com ternura
Ò mãe querida enchia-me o coração
E os passarinhos cantavam
Na manhã de sol com candura
Libertos, livres, chorando de emoção.
Ò mãe querida se pudesse estreitar-lhe em meus braços
Se conseguisse carregar-lhe no colo
E desde as entranhas
Desde o umbigo
Pudesse sentir-lhe tão próxima
E se por algum motivo maior não a tivesse
Morreria a mingua, fria, esquisita.
Ò mãe querida quisera eu conseguir
Pedir-lhe desculpas: pelos tropeços, pelas noites mal dormidas,
Pelas palavras não ditas, pelo abraço negado, pelo olhar recolhido.
Ó mãe querida queria mesmo dar-lhe as mãos
Seguir contigo, assim sozinhas, para longe em histórias:
Confidências, cadências, sonhos de mim.
Ó mãe querida que vontade, que vontade...
De conseguir falar
De conseguir cantar para você cantigas de dormir, de ninar.
E que vontade de ser a filha perfeita
Sem nenhuma emoção desfeita
Sem nenhum defeito contigo...
Ó mãe querida que vontade de ter mais tempo
De olhar seu sorriso, de perceber sua beleza.
Ò mãe querida, mãe minha, minha mãe;
Que vontade de chorar contigo de estender-lhe o ombro
Mais que amigo, sentido, vivido.
Ah como queria preencher-lhe as faltas;
Como queria olhar para você e galgar altas
As certezas que lhe fiz feliz
Assim, por um triz.
Ah mãe querida se soubesse o quanto te amo
Amo-te tanto, tanto, tanto...
O quanto choro sozinha ao ouvir-lhe o nome
O quanto admiro sua cara de espanto
De cansaço, de carinho;
Este canto.
As folhas caem e novamente nascem coloridas
A manhã aparece linda, e bem cedo;
Quero deixar-lhe um bilhetinho
Que os passarinhos lhe recitarão ao pé do ouvido:
“Minha querida, acorde o sol já veio, o dia está lindo:
EU AMO VOCÊ.”