Doutor Barbieri e seus (muitos) amores

O doutor está

Cheio de amores

Por uma, duas, três, incontáveis belas damas

Que roubaram o seu coração

O doutor não está

Com a sua sanidade

E no pleno exercício

Das suas faculdades

O doutor Barbieri está

Profundamente perdido

Com todos esses amores

Que nada querem com ele

Ora doutor, não há problema

É por isso que existe o álcool

Para ser ébrio

E ter os sonhos como uma realidade alternativa

Não fique assim, doutor

Eis aqui o seu medicamento

Drogas fortíssimas

Para encerrar o sofrimento

Eis uma arma, doutor

Faça bom uso

Um disparo, um ticket para a eternidade

“Não!’ Urra o doutor

“Jamais!” Continua a berrar

“A eternidade nada me dará

algo para deixar aqui nessa terra”

“Algo que seja

de fato eterno

obras literárias porcas

de um ser qualquer”

“Não cantarei aqui o amor e suas belezas

até hoje só obtive tristezas

num caminho cheio de incertezas

no qual só há torpeza”

“Amar, além de verbo intransitivo

deveria ser um crime hediondo

uma patologia sem cura

um erro de cálculo”

“Eis aqui o que relego ao mundo

o que é de fato o amor

a um verme pensante

à maioria dos mortais”

“E todas se impressionam

com a minha escrita

mas nenhuma quer

ter a minha inscrita”