essas divisas que se tocam
e ardem a derme da folha
em alucinado desejo...
São de rubras matizes
as tântricas raízes
que nos ascendem aos céus
e nos entrelaçam ao meio
Pois são de doçuras
as linhas amorosas
que correm e perfumam os veios
despidas dos grãos do tempo;
que não vivem só passado,
não bebem só futuro,
não se encerram no presente
Posto que a nossa palavra
não se banha nos ponteiros,
mas nas imensidões
de tudo o que se sente
- nosso poema é sempre -
O amor quando cinzelado nas artérias d'alma, abraça vontades perenes.
Denise Matos