Tédio
Como é ruim nada ter pra fazer
Não ter hora marcada
Nem um livro pra ler
Neste sol de quarenta
Sob a árvore desgalhada
Sem um rio pra banhar
Nas manhãs tão serenas
Neste tempo implacável
Em que a hora não pára.
Viver sem alegria
Curtindo a doce magia
Dum olhar.
Onde brota a poesia
E as grandes nuanças
Das constelações
O vigor das crianças sem moradias
Nuas nas ruas das periferias
A caminhar... Como é ruim!