Ausências

Ventania contínua

Chama virando cinzas

Músicas perdendo os sentidos

Sol poente em câmera lenta

Sol nascente sem ter aonde refletir

Espaços físicos vazios

Cadeiras vazias

Pratos a menos

Canecas a menos

Inúmeras Vozes ao fundo

Querendo voltar ao nosso lado

Tanto desfaz-se subitamente

Cadê aqueles olhares?

Aquelas risadas leves, soltas

Parecendo ecoar ainda?

Aquelas conversas sérias

Levadas ao pé do ouvido?

Opiniões formadas

Tantos erros, mas tantos, tantos acertos.

Como fincar os pés na areia da praia

E ver o sol nascer novamente

Como achar que tudo é natural

Até mesmo as ausências?

Como sorrir em nosso meio

Se ele se parte ao meio?

Chorar eternamente?

A Vida é uma complexa rede

Assim como partem corações

Corações novos chegam

Aliviam as ausências

Forçamo-nos a acreditar que elas são naturais

Mesmo sendo difícil nestes momentos

É gostoso descobrir que o amor

Nasce, cresce e fica em nós para sempre.

As ausências deixam recados no por do sol

No silêncio, no engasgo, no olhar perdido

Cala-se a boca, grita o coração

Os olhos mareiam

Os desejos diminuem

A fome passa

A garganta fica seca

Os horizontes enturvam

O presente fica com uma sensação de... já ser passado

Robertson
Enviado por Robertson em 15/02/2014
Reeditado em 15/02/2014
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