Ausências
Ventania contínua
Chama virando cinzas
Músicas perdendo os sentidos
Sol poente em câmera lenta
Sol nascente sem ter aonde refletir
Espaços físicos vazios
Cadeiras vazias
Pratos a menos
Canecas a menos
Inúmeras Vozes ao fundo
Querendo voltar ao nosso lado
Tanto desfaz-se subitamente
Cadê aqueles olhares?
Aquelas risadas leves, soltas
Parecendo ecoar ainda?
Aquelas conversas sérias
Levadas ao pé do ouvido?
Opiniões formadas
Tantos erros, mas tantos, tantos acertos.
Como fincar os pés na areia da praia
E ver o sol nascer novamente
Como achar que tudo é natural
Até mesmo as ausências?
Como sorrir em nosso meio
Se ele se parte ao meio?
Chorar eternamente?
A Vida é uma complexa rede
Assim como partem corações
Corações novos chegam
Aliviam as ausências
Forçamo-nos a acreditar que elas são naturais
Mesmo sendo difícil nestes momentos
É gostoso descobrir que o amor
Nasce, cresce e fica em nós para sempre.
As ausências deixam recados no por do sol
No silêncio, no engasgo, no olhar perdido
Cala-se a boca, grita o coração
Os olhos mareiam
Os desejos diminuem
A fome passa
A garganta fica seca
Os horizontes enturvam
O presente fica com uma sensação de... já ser passado