SOMOS NINGUÉM!
Ainda perdura entalado na garganta
um grito que não sei o porquê que não quer
sair e porque teima em ficar onde está.
Já fiz de tudo para conhecer os motivos,
contudo sua obstinação demonstra não
conhecer os resultados torturantes que me traz.
É delicado conviver com este fato veraz tão persistente
que acaba se transformando em uma carga pesada
com os estilhaços voando por todos os lados.
Algumas vezes, tem-se a impressão que
trata-se de um gemido talvez até movido
por algo que conhece e só pra ele faça sentido...
Um grito ou gemido seja lá o que for,
é uma atitude terrível cheio de desprezo
que humilha uma indiferença que açoita.
Mas..., quem sabe se essa rotina não seja um
sinônimo de saudade, da mesma forma que um
leve arrepio prenuncia a aragem da tarde?
Quiçá seja a ausência de estrelas no céu
depois que o nosso mundo ficou mudo,
depois que deixamos de ser alguém...