Conciliação

Aluga-se um pranto insosso e de plantão

Que umedece a tristeza dos que estão sempre sós,

Lágrimas paraplégicas que despencam em caracóis

Cativam a saudade de quem convive com a solidão.

Arrenda-se um coração que bate em descompasso

Com pingos de chuva que fertilizam o solo,

Na areia côncava jogo-me e me destroço

Sem beijar o alcatrão que me vigia os passos.

Liberta-se a melancolia que tapeia o destino

E se execra de enrugar a face inocente do menino

Que sofre nas caladas da noite, as horas solitárias...

Destilam-se os prados onde a natureza sisuda, dorme...

Guardam-se as angústias na agonia dos alforjes

Para trazer do sonho uma vida desperta e humanitária!

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 14/02/2014
Código do texto: T4690922
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