Amarras
Primitiva liberdade
orneando a alma em fuga
sem que as amarras tolham teus pensamentos
entregue-se a luz de sois intensos.
Poder beber da boca aberta
com saliva sanguinolenta
no silencio dos sentidos
das amarras já és livre,
temerária desventura
entre os jactos de loucura
tateia no escuro os moinhos de vento.
Desfolham-se as rosas em sangue perfumado
que escorrem em teu seio
não fiques triste ele não veio
mas eu estou aqui. . .
E ainda tenho fome
das coisas que nunca vi
do verso que nunca escrevi
de uma mão estendida
um ato de amor.