A CONSTRUÇÃO DA CASA
Traz-me o teu corpo num prato
de porcelana fina muito doce
e quebrável
Expõe-te ao murmurar das plantas
verdes do meu jardim
e cobre-te de sombras
Suspira para escutar-te e procurar-te
junto dos meus ouvidos no céu
da boca húmida
Espalha sorrisos e perfume de flores
nos lugares em que tocares ao de leve
com o brilho dos olhos
Entra no meu palácio em passo de pluma
ou se quiseres com a perícia da asa
das borboletas
Só assim, meu amor, construiremos a casa
com as suas paredes de espuma
e as palavras dos poetas
José António Gonçalves
(inédito, 27.06.04)
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