A CONSTRUÇÃO DA CASA

Traz-me o teu corpo num prato

de porcelana fina muito doce

e quebrável

Expõe-te ao murmurar das plantas

verdes do meu jardim

e cobre-te de sombras

Suspira para escutar-te e procurar-te

junto dos meus ouvidos no céu

da boca húmida

Espalha sorrisos e perfume de flores

nos lugares em que tocares ao de leve

com o brilho dos olhos

Entra no meu palácio em passo de pluma

ou se quiseres com a perícia da asa

das borboletas

Só assim, meu amor, construiremos a casa

com as suas paredes de espuma

e as palavras dos poetas

José António Gonçalves

(inédito, 27.06.04)

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JAG
Enviado por JAG em 01/09/2005
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