O CHORO DA TERRA SECA
Secam as águas da minha relva,
Em gotas de lágrimas geme a
Terra rachada pelo cáustico
Desperdício, fazendo brotar lamento,
Sentindo a dor do tempo em descaso.
O sol penetra em raios contundente
Fumegando braças sobre a terra,
Geme as pastagens e matas
Queimando o solo da minha eira,
Lagos e margens expõem pedras agonizantes
A chuva, mãe desnaturada ausente, revoltada
Não faz cair, solo que geme em dor...
Mata que pega do fogo a inebriar-se
Incandescendo a relva urdida sem flor,
Que do solo expõe suas vergontas
Frágeis em mortas vivas.
Solo corroído pelo descaso...
Águas que sofrem o lamento da terra,
Seca que bebeu do amagor do desperdício,
Tange o solo das entranhas em descaso...
Chuva que ñ chora em gotas, mas escassa
Não inunda margens, secando leitos,
Pranto seco... Onde chorar? Quedas d’águas,
Os lençóis já não existem,
Na secura do meu leito, chora a TERRA SECA.
MargarethDSL