Amanhecer de Enamorar

Pego-me por vezes

Num converse com o vento, ventando

Em versos brancos, brandos, assim,

Como a nuvem descobrindo a lua em retratos,

Chamando a poética para brincar!

Não creio na crença do poeta

Ser um fingidor da dor, sendo a dor

Parte da inspiração, a recompensa

Da tatuagem tribal, tal qual essência

D’um amanhecer em nuas palavras!

À pele flor o marejar orvalhando-se,

Induzindo-se ao pranto da cerejeira

Florindo em sensações explícitas,

Uma canção fluindo do seio desnudo,

Do avesso ardente, comovente intuição!

Por sob a seda o amor em escultura...

Ah! A musicalidade do sussurro profetizando

O beijo roubado do lábio em desejo rubro,

Navega alma em lampejos, pois o poema

Vem do ensejo sem segredo, apenas preitos!

11/02/2014

Porto Alegre - RS