Horas Insossas

Nesta folha despencam lágrimas de ciúme

Qual tocha que percorre lugarejos de solidão!

Sinto-me deserto, vejo fogo em meu coração

Que queima tapetes persas de minha juventude!

A saudade é um balaio de sentimentos, overdose

De desejos trancafiados no íntimo de um cofre

Onde as sensações pululam em afrodisismo de amor!

O tempo se esqueceu de retirar-me da marcha ré

E igualmente me ignorou das confidências de outrora,

Todo meu pranto é vassalo que aqui atiro fora

E nos bueiros públicos não há uma gota d’água sequer...

Anestesio-me no choro que fere minhas cicatrizes

E nesse tom de nostalgia as horas se tornam atrizes

De um palco aveludado pelo protagonismo da dor!

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 09/02/2014
Código do texto: T4684515
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.