Instrumentos da Poesia de Amar
Sim, sigo o curso das letras com a nau
Em mares nunca dantes navegados!
Qual a forma do pecado,
Se é que existe pecado em amar,
Em desfrutar linhas de versar, de dançar
Junto ao silêncio dos preitos eleitos,
E porque não dizer as disfunções do amor!
Como ápice do sentimento, a dor
Estreitando-se pelo couraçado do âmago,
Assumindo em doses pequenas cada lágrima
Deslizando até o ventre, até colo d’onde
Repousam os cisnes ou o amanhecer
D’uma outra poesia!
Envolvido e inspirado pelo desejo,
Deixou-me levar ao norte pelos ventos,
Pois a estibordo erguem-se as velas
Entre sinos e insanos feitiços ditados
Pelo coração, vislumbrados em si maior!
Enfim, em ecos perfeitos como no poema
A noite desperta, sublima-se em luares
E estrelas feito uma carta náutica
Descrita à flor da pele, à flor das notas
Compondo mais uma canção de beijar!
08/02/2014
Porto Alegre - RS