VERDADE ABSTRATA
Um amor distante, uma saudade mais
extensa, braços que a ninguém abraçam
olhos perdidos no espaço...
Um sentimento a procura não sei bem
do que talvez do nada, pois nada
reflete-se que me possa fazer bem.
Gostaria tanto que as águas quando
caíssem refletissem as estrelas
pregadas lá no céu.
Contudo, as águas depois que caem
converte-se em poças de água que
só reproduzem a penúria que vive minha alma.
No teatro onde todos nós desempenhamos
nossos papéis, o meu quiçá foi por demais
pincelado com a simplicidade da inocência...
Por isso penso que adormeci no amor
que acreditei existir, quem sabe
até sonhei demais...
E no estágio em que permaneci entorpecido
com certeza adormeci no barco sem remos
que deslizava em águas dormentes.
Tento por todos os meios despertar
desse sonho louco, dessa extenuação
para que entenda de vez a verdade abstrata...
09-02-14
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