A saudade parece gostar de mim
A saudade parece gostar de mim
Encostada no meu coração
Coladinha... Não dar descanso.
É própria de coração sem folga
Não se esforça, preguiçosa, não vai embora
Não acende uma luz... dorme com soluço solto.
Não se entrosa com a esperança
Passeia pelo meu corpo sem rodeio
Pega o molejo do sofrido coração
E entrega de bandeja aos pensamentos.
O coração tira onda de valente
E sente a saudade ao longo da noite
Sem um pingo de lágrima derramada.
A dor assusta, beira os cantos do coração
E, se a saudade alimenta os sonhos
A cabeça aproveita, desenrola os pensamentos
E não esquece, um segundo, desse amor consumido.
O dia seguinte, amanhece... parece cansado
Chegou sem brilho, sol escondido... vento leve
Um pouco de chuva... nuvens em movimento.
E a saudade, aqui, do meu lado
Sem nenhuma vontade de ir embora
O coração, desconversa, sente um “repente”
E começa a brincar e sorrir para uma flor.