Canteiro
Num coração flores um dia tentei cultivar
Cavei, limpei – bons resultados não consegui.
Nele nasceram ervas daninhas, cujo veneno quase engoli.
Florista de um coração um dia eu pensei ser
A terra preparei, semente semeei, mas no canteiro
Infértil nada vingou.
Jardineiro da Adivinhação... As melhores sementes,
Confiante, no chão enterrei... Pássaros estranhos
As comeram, ervas daninhas pela terra se esparramaram
E as que sobraram no duro chão morreram.
É um ditado perfeito: quem vê cara não vê coração
Semeei, o chão molhei, mas nada do que plantei vingou,
No teu coração, solo infértil, nem ervas daninhas prosperam.
Na porta de um coração gritei, os sininhos toquei.
Ninguém me respondeu. Lar sem habitante. Portas
Fechadas, foi com o que me deparei.