Poema 0432 - Saudades
Eu e minha saudade repousam sobre a terra nua,
como se fosse um corpo inundado de calor
sou lambido pelas luzes de um poste de ferro,
amante perdido na madrugada, pareço puro ao luar.
Embriaguei-me sem nenhuma gota de álcool,
queria que fosse por amor, mas não... é solidão,
um escuro que rouba alma, rouba a vida da alma,
ouço alguns poucos barulhos ao vento, apenas soluços.
Ao amanhecer um sol qualquer vai dourar minha pela suja,
preciso lavar com paixão, desinfetar-me com carinho,
correr minhas mãos em um corpo sadio de amor,
não contenho a saudade que ainda bate muito forte.
Sou noite quando estou só, madrugada quando sonho,
o vento faz um túnel para que eu ouça sua voz,
girando-me ao meio vou aos céus à sua procura,
jamais vou compreender tanta saudade desta mulher.
01/09/2005