Deve ser péssimo: o sonho estreitado
A gente tem preso no coração
Quem não consegue esquecer
Grudado, dentro, amarrado... atuante
Permanece como sendo um gostoso bel-prazer...
Deve ser péssimo: o sonho estreitado...
E o amado distante... O coração animado
O sonho aceso, desvairado... indo embora
E o amor presente, invadido... não desaparece...
E, ainda, não ter o cheiro, o abraço, o chamego
O olhar, o sorriso, a boca, o desejo acolhido
O beijo derretido deixado no gosto da saliva
E, muito menos, os arrojos... os seios dispostos...
E nem poder matar os sonhos
Em alguém tão perto... colado, quase vizinho.
Ás vezes, o querer não prevalece
Percorre-se, o mesmo caminho ou quase
E não consegue estar animado... junto
E nem viajar no próprio mundo dos sonhos confiados.
Deve ser complicado, sem tino
Ter o amor tão próximo, ou quase
E não tê-lo em momento preciso... especial.
A vida é carregada, intensa, quando se ama
E o coração, uma fonte, de surpresas à vista
O coração pensa (alto): conheço, você a fundo...
Mas, impotente, se sente longe desse alcance.
E... amar, é apertar muito, o sentido
Da força existente no interior do corpo
Sem deixar espaço para desencontro com o coração...
E, à luz da verdade, torna-se difícil de encontrar
Esse ponto, de equilíbrio, num coração perdido...