Fábula
E o Poeta encantou a Lua...
E a Lua nunca mais foi a mesma...
Deixou-a ainda mais radiante,
diante da própria beleza.
Havia a magia das palavras
trocadas, todas as noites,
por um pouco de luar.
E o Poeta sonhou...
E a Lua acreditou...
Do sonho e da crença
nasceu uma nobre filha,
a Poesia.
Hoje, o Poeta abandonou a Lua,
por medo ou covardia,
pois a Lua ali sempre estará
bela, reluzente, cheia de alegria.
Enquanto o Poeta, cego pela dor
de querê-la só para si,
entregou-se à Nostalgia,
traindo, assim, seu verdadeiro amor.
Mas a Poesia, fruto daquele versejar,
eterna, como o sonho e a crença,
ensina a todos o que é amar.