Invasora

Eita que a poesia hoje está gigante em mim, nem mesmo cabe em mim.

Alarga-se como rio em cheia, como trovoada a chamar chuva, como passarinho a querer namorar, como flor preparando-se para desabrochar, como boi bravo a descampar, como gozo a delirar...

Invade sem pedir licença. É repentina como galo de campina a voar

Ela não cabe em mim, pois transcende além do que EU posso ser ou sou...

Eita poesia tamanha que me apanha.

Eita amor incessante a confundir eu e o espaço tão largo...

Ah, meu amor, assim como a poesia vem e me arranha em minhas entranhas, fazendo meu coração respirar profundo e fecundo; vem tu também a me visitar...

A poesia me contorce como eu em teu corpo.

Minha poesia toma conta de mim como a querer que eu fale...

como extraindo de mim toda pureza e esplendor, brotando subitamente na raiz do meu peito sem jeito e refeito.

Enxergo o mundo com ela, minha doce e eterna poesia...

Patos, 2 de fevereiro de 2014. 10:10hs

Fátima Arar
Enviado por Fátima Arar em 02/02/2014
Reeditado em 12/12/2020
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