Desculpa a exatidão...
O que é que tem de errado em te querer desse jeito, moreno?
Como as marmitas da vovó, queria eu te guardar num potinho.
Tu já não sabes que sou tua amante descontrolada?
Então permita eu te fazer somente meu, neguinho!
Eu não devia pedir, porque sei que não tá certo,
Mas deixa eu te compor canções, mesmo desafinadas?
Você pode fingir que gosta, sorrir 'mei' sem jeito
E fazer de mim tua mais singela namorada.
Eu te recito poemas, você se delicia
E me guarda quentinha, me protege ao coração.
E eu fico ali dentro, aconchegada, te poetando
Pois do lado de fora há perigo e escuridão.
Ainda mais sendo eu poeta enforcada pelo amor
Que exibes tu em praça pública com crime de paixão.
Mas o brilho dos teus olhos compensa todo castigo, cadeia
Ou jura de morte; me desculpa a exatidão...