TEMPESTADE

Chove em mim.

A cântaros.

Chove sem cessar e eu começo a rezar.

Deus pai que me ouve, que sempre vela por mim...

Por que tem que ser assim?

Por que tanto desencontro?

Por que tanto medo?

Por que o mundo me parece em certos momentos tão imenso?

E noutras horas penso.

Que ele encurtou.

Que não existe distância.

Que ele nos aproximou.

Vieste a mim como a coisa mais bela que alguém na vida podia encontrar.

Vieste num viajar.

De asas leves...

Vieste como anjo num dia em que eu não acreditava mais em anjos.

Mas chove agora.

Porque tem hora...

Ah, tem hora que fico desacreditando!

Que acho que está demorando.

Esta roda da vida é estranha, muito estranha.

Ela vai arranhando, tem horas que parece que vai avançando.

Noutras parece que vai empacando.

Chove em mim porque meu céu escurece.

Mas entro em prece.

Acredito de novo. Começo a sonhar...

Vou te encontrar.

Sinto que um dia ainda esta roda vai estacionar.

Nós dois frente-a-frente.

Nem sei qual dos dois vai dar o primeiro passo em direção ao outro.

Mas um vai avançar.

Vai abraçar, vai beijar.

E o resto do mundo vai parar pra admirar.

SONIA DELSIN
Enviado por SONIA DELSIN em 28/04/2007
Reeditado em 03/04/2011
Código do texto: T467395
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