QUANDO ESCREVO
Quando escrevo
E ponho e exponho minhas letras
E minhas grandes dores
E minhas dúvidas companheiras
Sinto-me expurgando
O pus de uma ferida
Espremendo metaforicamente
Uma espinha encravada.
Mas a dor
Continua assim mesmo
Porque aquele lado lá da cama, sabe?
Continua vazio.
Porque eu me mostro
mas não me perdoo.
Porque a vitrine
Não passa de um papel em branco.
Porque sofro
Mas de mim não te arranco.