NOVOS ABRAÇOS
Como princípio deste confesso
instante,
digo-te, que chorei sim, com tua
partida.
Creio que nada adiantou
chamá-la repetidas vezes.
Não foi somente um dia que lamentei,
mas, por uma vida toda e, até hoje,
a recordação do que aconteceu,
aida magoa.
mesmo de joelhos em minhas
invocações,
as luzes se apagaram,
não enxergo mais nada
e, o socorro não chega.
Neste estágio inundante,
parece que me encontro
completamente submerso,
sem poder respirar...,
deixando não sei onde,
as poucas relíquias
que nos envolveram.
Lastimo apenas o que
não realizamos,
coisas simples
que pertencem somente
aos amantes...
E agora,
o que desejar do inexistente,
se não relembrar os momentos
que meus pensamentos
se recusa em jogar fora?
Vou fluindo sem rumo certo,
bebendo o licor da saudade.
Preciso uma razão para viver,
desvencilhar-me dos braços
do passado e me estreitar
em novos abraços.