A MERCÊ DA VIDA

Fim de um caso, do lado da cama

uma moldura de fotografia vazia

acompanhada de um olhar a procura do nada.

Sonhos agitados madrugadas inteiras

curtindo sons sentidos como

se fosse alguém chorando de saudade.

Um raiar de dia já cansado,

um caminhar com passos confusos,

um concatenar de ideias reclusas.

Uma esperança já sem vida

companheira de um martírio atroz,

cisma de um futuro feroz...

Lágrimas vêm do bem que

foi perdido antes do amor

não alcançado, disto já não duvido.

Agora sem luz tudo se tornou

baço, um nevoeiro espesso ofusca

minhas sempre lembradas paisagens.

Wil
Enviado por Wil em 30/01/2014
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