UM FINO FIO.

Um fino, fio.

Por entre as curvas dos trilhos do pequeno banhado, na margem do pequeno córrego da varginha, lá na curva bem lentamente começa surgir um som suave por entre os lábios afáveis assobiando uma suave canção, acalmando o ser, saudando com alegria mais um dia, e o tic-tac, tic- tac, tic- tac das pregadas feitas de couro cru ditando ainda mais o ritmo dos passos firmes parece dar mais sinfonia ao som extraído entre cada nota , e bem lentamente começa a surgir uma grande multidão seguindo em fila indiana a mesma canção, adentrando pela margem adentro do pequeno córrego, trilhando com amor e muita felicidade, contornando cada curva nos pequenos trilhos do gado, pairando sobre as gotas cristalinas do orvalho da madrugada que cairá quase toda noite. E os raios dourados do astro rei começam suavemente a despontar por detrás do monte, seguindo certeiro teu curso em busca de encontrar, de encontro com teus lábios quentes, o beijo suave das gotas de orvalho sedentas querendo também encontrar com os teus, cada gota cristalina a escorrer pelo caule da relva saciando o prazer, e absorvendo com amor acariciando toda relva, e aquelas que ainda não fora absorvidas pelo caule da relva, percorrendo com prazer cada partícula de seu corpo nu sedento de amor e caricias saciando um ao outro, com carinho acariciando as primícias de amor que escorre sobre o fino fio expresso sobre a relva, ha saciar com prazer e caricias ardentes de sentimentos reais de amor de teus beijos as raízes da vida.

Um fio suave ardente de amor contemplando a doçura de encontrar em cada despertar de mais um dia, mais uma linda e mágica manha de encontro ao ser, encantando os olhos sentindo o sangue escorrer pelos fios eternos da vida, alimentando a alma, saciando a existência humana e injetando pelos caminhos da estrada a felicidade de encontrar, de encontro com teus dias, mais uma chance de ser e de mostrar o brilho de amor do ser na esperança vil de um dia ser, um ser um pouco menos racional, sentindo por um único momento mais irracional na busca de libertar no peito, o sentimento de amor que pulsa pela própria existência.

E por um único instante sentir-se longe da prisão, mesmo vivendo em uma terra distante, aprisionando o ser nas amaras de aço da vida, porem de coração aberto começa, canta ao vento sua canção, querendo apenas que a brisa do vento atravesse todos os tempos e encontre do outro lado do mundo, seu mundo oposto e agradeça ha todos os povos, mais um dia entoando cânticos que lembra de seu mundo, de tua gente, de teu povo, alimentando a esperança de ré encontrar-lhes um dia, e abraçar de encontro ao peito acariciando com a saudade que corta o ser, igual a lamina afiada da navalha sem extrair uma gotícula de sangue, lembrando tão somente de sua liberdade, que esta acorrentada em outro mundo, dentro deste mesmo mundo.

Nute do Quara

NUTE DO QUARA
Enviado por NUTE DO QUARA em 29/01/2014
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