MUITOS BEIJOS
Em uma aparente calmaria rondava eu com
meus bons pensamentos, repentinamente
como a luz que se apaga, passei a incidir
a elevação da vida que ascendi...
Tudo ocorreu como chuva de verão,
como a sucessão de casos sem explicação,
a rapidez foi de tal dimensão que senti apenas
o meu rosto sendo esbofeteado pelo vento.
Frio e feroz vento que deixou de impulsionar
minhas esperanças, que deixou de impelir
meu sentimento não se importando se meu barco
continuou existindo a deriva.
Vento ponteiro que já não traz qualquer notícia,
que não suaviza como a aragem nas tardes
de verão, que não se importa em saber
se as feridas do meu rosto cicatrizaram-se...
As estações do ano são muitas, quanto menos
se espera estaremos recebendo outros ventos,
quem sabe em outras primaveras meu rosto
deixe de ser açoitado para receber muitos beijos...