Amor de Outros Tempos
Jamais sei, saberei, e emplumada conhecerei
Um amôr transitivo, indireto em cálidas dores
Um instante num gélido mar dos sentimentos
Entre os homens de face má, e olhares brutos
Mundo combalido de seres fajutos nada puros
Solitária e amôr crescente envolta nos trapos
Silenciada em coração entardecido e folheado
A mercê dos rigores da paixão das eras vagas
Num tempo das duras provas neste momento
Se impõe as inverdades na estreita correnteza
Numa reza em instantes mais antiga e valiosa
Meus amores estão nos pendores exclamados
Este vozerio inquieto ou calado dentro do ser
Sereno amorzinho numa chama nada ardente
E tu te lembras das juras acalentadas e vazias
Onde amei ôcas lembranças na indigna calma
Recordando uma sensação deserta de favores
E Sou a tua parte nessa dívida amante ousada
Indecisa na alma volúvel do sentimento inato
Muito iluminada cá estou a te alumiar o passo
Na estrada ou ao relento imersa neste oceano
De ti amando em ambos votos de cárcere Lua
Embaixo da amoreira dum jardim emprestado
Quão florescido está a relva para te desejares?
Quão obscurecido nosso transtorno comporta?
Quão amado está a certeza antiga das almas?
E quão desejo de você num apaixonado flerte?
E de quanto declaras conhecer de mim assim?
Não me deixes então apaixonada solitária...