A Palavra
Quisera poder te encher
de palavras bonitas
E depois selecionar uma por uma,
A descobrir qual se encaixaria
melhor nos seus enigmas
Mas ela não vem,
nem mesmo se acende.
Não dá sinal,
tampouco bate à porta.
Mas conversa e me enlouquece
até as pontas dos dedos.
É avassaladora e imprecisa,
mas inevitável e concisa.
Me mata a todo momento
pra me ter cada dia
mais por inteiro.
E assim me novelando,
me roubando sem dó,
até o último suspiro
de uma só notação:
bemol.