Quando o mar canta
O mar canta dentro do meu corpo com
as cordas vocais do universo –
a dar sentido
ao que estava disperso
.
O mar são os teus olhos, tuas mãos,
a tua pele, e arquitectura –
espelho e transparência
de fome e de ternura
.
O mar planta marcas de oiro
nos segredos do vento –
e eu sou a pradaria, a montanha, a
praia e a falésia, a cova funda,
raíz, e movimento
.
Quando o mar canta, canta contos
de encantar na minha cama –
duetos de antigo âmbar
sonetos de amor em chama
.
O Amor é uma iluminura
sobre papel de bambu
E uma só criatura –
Eu e tu
.
.
Janeiro, 2914