Hoje eu vi Fadas, Auroras e Madrugadas
Hoje eu vi fadas no meu jardim e, tanto doeu em mim, porque a criança que tinha tanta fé nas fadas deixei eu de acreditar... nessas inefáveis criaturas tanto sou culpado de ter matado.
Hoje eu vi um anjo, como sou pecador, não sou merecedor, dos seres do Céu abraçar, mesmo assim, ele veio até a mim e, não sei como dizer, um beijo na minha face ele não teve medo de dar, é, um anjo é mais nobre do que o medo que vive em nós de amar.
Hoje eu vi uma Sereia e que medo, não há mais segredo, elas as Sereias não moram somente no mar, moram ao meu lado, e cantam todos os dias pra me enfeitiçar.
Hoje eu vi uma moça triste e, pensei, a tristeza, também existe, e sendo ela tão triste acabei com minha falta de fé, desses sentimentos que revivem e que me maltratam; dos Homens que não buscam um beijo de uma Mulher.
Hoje eu vi um anjo, mas não era do Senhor, era feito de pedra e tinha musgo, era indiferente e feito por um artesão, tinha um sorriso que aparentava bondade, miserável que sou, um anjo que guarda sempre um esquife esperando os meus morreres do coração.
Hoje eu vi uma mineira, e tinha os cabelos negros, brilhava como o meio dia, e falava de muitas poesias, mas ela pobre, tão alegre e de semblante simples, não sabia ler, agora também acredito que a sabedoria não é somente dos doutos, mas é doada num lírio; de quem é grato por ter amor nos lábios.
Hoje eu vi um beija-flor, eles existem, eu não sabia, sou cego da paixão. Hoje eu vi tantos amores, que moravam no fundo do meu coração e falavam como canção às cigarras do meu sertão.
Hoje eu vi Jesus Cristo, e Ele, já sabia que eu o tinha visto, foi a luz mais bonita, porquê, no mês de agosto, vendo Nosso senhor, os poemas jamais serão de desgosto, mas da solidão, da pira que queima essas mortalhas sujas das lembranças às cinzas de minh'alma.
Ó ninfa tão venusta que vela-me nas eternas auroras e madrugadas.