Fantasias Noturnas
Tirei a venda dos olhos
Limpei o mofo do olhar
Nas retinas opacas da noite
um céu bordado na alma fiz brilhar
Desvirginei a solidão
Subtrai a dor
Enganei o distraído coração
Abrir a gaiola do tempo
Abortei ressentimentos
Deixei um pássaro encantado entrar
Nas asas lépidas da paixão
fiz a fantasia voar
Nos braços dos sonhos embriagados
deitei o corpo
no colo do verbo amar
Bebi na taça da loucura
Favos de ternuras ao ler
um poema vulgar
Na arritimia dos volúveis desejos
quebrei as amarras do medo
Envolta nos lençóis de linhos
deixei os pensamentos em desalinhos
e a flor do prazer a desmaiar
Com a pureza de um anjo
beijei a boca do luar
Sorrindo acordei
deste meu lindo vagar
Feliz como a Eva que o paraíso
acaba de encontrar!
13/01/2205
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