Fragata

Vamos cruzar as lástimas

Como espadas, cortando o ceu

Eis aqui meu coração em chamas

É o que resta do que era meu

Teus olhos fazem oceano

Que afoga tanto pesar em vão

E nas madrugadas que restam

Meu coração naufraga ainda são

Ficou na distância um cais

Enquanto velas subiam lentas

Dos mares fiz meu lar

Em meu descuido fiz tormentas

Cruzei verões e meridianos

Teu sono é desfecho eterno

De um capítulo dessa odisseia

A contagem regressiva faz inverno

Enquanto escassos suprimentos

A fome aperta contra o peito

Teu vestido treme ao vento

E deixa vago nosso leito

A esperança do retorno

E a fé no que há de vir

São marés que me guiam

Pra, no cruzar dos nossos braços

Sorrir

Luiz Otávio Esteves
Enviado por Luiz Otávio Esteves em 23/01/2014
Código do texto: T4660970
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