AMOR, AFETO, SENTIMENTO, DESAPEGO, DESDÉM. COMO DEFINIR?
De todos os percalços enfrentados
não sobrou nenhum que continuasse
ocupando meu precioso espaço, todos
tomaram rumo ignorado.
Estou gozando de uma liberdade restauradora,
não sou mais perturbado por acontecimentos
inesperados, como somos vez ou outra
incomodados a cair da tarde por insetos...
Eles rodopiam, pousam em lugares indistintos
e acabam exaurindo a nossa paciência levando-a
para lugares longínquos, e digam se não
são como os nossos pensamentos?
Algumas vezes por não entender, dou algumas
chances para as recordações só para ver se
compreendo a razão de um afeto sofrer
tanto como os efeitos constrange o coração
que nada tem para dar se não suspiros.
Talvez nem a deusa do amor possa explicar, afinal ela
foi motivo de tantos conflitos, a começar que foi gerada
pelos órgãos de Urano, teve inúmeros amantes e por ciúmes de
outros deuses estabeleceu-se uma guerra, por fim
casou-se com Hefesto por imposição de Zeus.
Dessa forma devo aquietar-me, pois o bom senso
recomenda que o assunto seja mais complicado como se pensa,
afinal a afeição caiu em uma total descrença por ser um
tema paradoxal, ora se consagra e ora se massacra,
ainda bem que a partir de agora desejo viver sem conflitos íntimos...