Lágrimas na vidraça Amor de ´poeta
Chove...
Encostada na janela,
olho para a rua,
procuro,
mas não vejo a lua,
companheira
da minha solidão.
Noite fria,
tenebrosa...
Vislumbro
através da vidraça,
um vulto
de alguém que passa
tropeçando
em águas rasas,
sem casaco
e sem chapéu.
A chuva continua,
parecendo lágrimas
de dor
talvez, quem sabe?
De alguém que muito amou.
Procuro olhar-me
no espelho,
Vendo meus olhos
tão vermelhos,
sinto que também chorei,
mas, felizmente
acabou
e a chuva
já passou...
Minhas lágrimas
atravessaram a vidraça,
indo juntar-se com
outras lágrimas
talvez, daquele alguém
que por aqui passou.