Dádiva do amor

Do horizonte azul e com beleza persuadida

pelos raios impetuosos viestes tu,

oh rosa jovial que brota no dia.

Em um jardim cheio de vestes rogou ao céu

pelo seu eterno perfume angelical.

O balançar sutil de suas cores venceu com

formosura os muitos espinhos que tentaram

sufocar-te com voracidade.

Foram lançadas ao chão como galhos secos e sem vida,

e depois espalhados pelo vento.

Com liberdade passastes a respirar,

salientando seu poderio no vasto jardim.

A tortura chegou ao fim e aí viestes para mim,

seu honrado felá.

Em minhas mãos lançastes suas pétalas e

sobre meu corpo sua essência.

Fui água fresca para tua sede e

terra fértil para sua fome.

Em meu coração pusestes suas raízes

sorridentes e minhas batidas

foram ritmadas pelo piscar de seus olhares.

As nuvens plenas do fim da tarde de um dia

de outono sustentaram suas palavras e o

céu rosado pintava seus desejos.

Arei minha alma para poderes sobreviver

dentro de mim e sempre refrescar minhas narinas.

Meu coração se transformou em seu servente,

que além de abrigar suas raízes, vibrava feliz e cheio de amor.

A rosa que me presenteava todas as manhãs com seu sorriso

e brindava com alegria nas noites que a solidão quase me sucumbia.

JBorsua
Enviado por JBorsua em 20/01/2014
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