Dádiva do amor
Do horizonte azul e com beleza persuadida
pelos raios impetuosos viestes tu,
oh rosa jovial que brota no dia.
Em um jardim cheio de vestes rogou ao céu
pelo seu eterno perfume angelical.
O balançar sutil de suas cores venceu com
formosura os muitos espinhos que tentaram
sufocar-te com voracidade.
Foram lançadas ao chão como galhos secos e sem vida,
e depois espalhados pelo vento.
Com liberdade passastes a respirar,
salientando seu poderio no vasto jardim.
A tortura chegou ao fim e aí viestes para mim,
seu honrado felá.
Em minhas mãos lançastes suas pétalas e
sobre meu corpo sua essência.
Fui água fresca para tua sede e
terra fértil para sua fome.
Em meu coração pusestes suas raízes
sorridentes e minhas batidas
foram ritmadas pelo piscar de seus olhares.
As nuvens plenas do fim da tarde de um dia
de outono sustentaram suas palavras e o
céu rosado pintava seus desejos.
Arei minha alma para poderes sobreviver
dentro de mim e sempre refrescar minhas narinas.
Meu coração se transformou em seu servente,
que além de abrigar suas raízes, vibrava feliz e cheio de amor.
A rosa que me presenteava todas as manhãs com seu sorriso
e brindava com alegria nas noites que a solidão quase me sucumbia.