OBSTINAÇÃO

Senti agora uma saudade profunda

que perdurou pela eternidade de segundos,

coisa do dia-a-dia do meu mundo.

Não sei bem o motivo,

se é compaixão de mim mesmo

ou conseqüência de uma solidão,

nem sei o porquê do desejo obstinado

de matar esse devaneio

se o mundo que tenho se chama você.

Largue tudo, venha se ancorar

neste porto que existe no meu peito,

permita vivermos.

Recolha com teu carinho o que ainda resta,

amanhã talvez, o tempo se encarregue

de destruir o que é nosso e diga que

nós nos iludimos e que nunca existimos...

Vamos consentir nossa aproximação,

esquecer o que causou essa desventura,

voltar a mergulhar na luz do luar

que se enamorava quando

a céu aberto nos via amar,

afinal, foi o que resultou desse

sentimento tão lindo gerado

pela singeleza da poesia, e depois

porquê nos acomodar aos resíduos da resignação,

porquê maltratar o coração?

Wil
Enviado por Wil em 27/04/2007
Código do texto: T465691