OBSTINAÇÃO
Senti agora uma saudade profunda
que perdurou pela eternidade de segundos,
coisa do dia-a-dia do meu mundo.
Não sei bem o motivo,
se é compaixão de mim mesmo
ou conseqüência de uma solidão,
nem sei o porquê do desejo obstinado
de matar esse devaneio
se o mundo que tenho se chama você.
Largue tudo, venha se ancorar
neste porto que existe no meu peito,
permita vivermos.
Recolha com teu carinho o que ainda resta,
amanhã talvez, o tempo se encarregue
de destruir o que é nosso e diga que
nós nos iludimos e que nunca existimos...
Vamos consentir nossa aproximação,
esquecer o que causou essa desventura,
voltar a mergulhar na luz do luar
que se enamorava quando
a céu aberto nos via amar,
afinal, foi o que resultou desse
sentimento tão lindo gerado
pela singeleza da poesia, e depois
porquê nos acomodar aos resíduos da resignação,
porquê maltratar o coração?