OLHAR MAROTO
O imenso sorriso inocente
Transparente no pântano ao luar
As primeiras pétalas caídas
Parecem fétidas, esquivando no mar.
O olhar meio maroto
Do garoto rumo ao mar
Carrega um sonho
Tristonho a cantar
Uma canção de ninar
Que faz a criança dormir
Bem ali, bem acolá,
Mas o olhar maroto
Do garoto rumo ao mar
É como pétalas de flores
Cheias de amores
Espalhados no ar.
Os procedimentos delegados, atribuídos
Ou distraídos coletivamente
Trazem consigo um abrigo
Que viabiliza outras subjetividades
Nas cidades alagadas em lama pura
Que os corruptos se afogam
E saem clandestinamente
Como se nada tivesse acontecido
Pois o sorriso é inocente
E o olhar meio maroto
Daquele lindo garoto que ainda segue sua trajetória.
Aires José Pereira é mineiro de Salinas, poeta por gosto e por pirraça que acredita nas palavras transformadoras de homens e de espaços. Possui 12 livros editados e vários artigos publicados em eventos científicos e Revistas de Geografia. É licenciado e Especializado em Geografia pela UFMT, Mestre em Planejamento Urbano pela FAU-UnB, Doutor em Geografia Urbana pela UFU. É Prof. Adjunto A do colegiado de Geografia do Campus Universitário de Araguaína - UFT; Membro efetivo da Academia de Letras de Araguaína e Norte Tocantinense; Pesquisador do NURBA e coautor do Hino Oficial de Rondonópolis - MT.