OLHAR MAROTO

O imenso sorriso inocente

Transparente no pântano ao luar

As primeiras pétalas caídas

Parecem fétidas, esquivando no mar.

O olhar meio maroto

Do garoto rumo ao mar

Carrega um sonho

Tristonho a cantar

Uma canção de ninar

Que faz a criança dormir

Bem ali, bem acolá,

Mas o olhar maroto

Do garoto rumo ao mar

É como pétalas de flores

Cheias de amores

Espalhados no ar.

Os procedimentos delegados, atribuídos

Ou distraídos coletivamente

Trazem consigo um abrigo

Que viabiliza outras subjetividades

Nas cidades alagadas em lama pura

Que os corruptos se afogam

E saem clandestinamente

Como se nada tivesse acontecido

Pois o sorriso é inocente

E o olhar meio maroto

Daquele lindo garoto que ainda segue sua trajetória.

Aires José Pereira é mineiro de Salinas, poeta por gosto e por pirraça que acredita nas palavras transformadoras de homens e de espaços. Possui 12 livros editados e vários artigos publicados em eventos científicos e Revistas de Geografia. É licenciado e Especializado em Geografia pela UFMT, Mestre em Planejamento Urbano pela FAU-UnB, Doutor em Geografia Urbana pela UFU. É Prof. Adjunto A do colegiado de Geografia do Campus Universitário de Araguaína - UFT; Membro efetivo da Academia de Letras de Araguaína e Norte Tocantinense; Pesquisador do NURBA e coautor do Hino Oficial de Rondonópolis - MT.

Aires José Pereira
Enviado por Aires José Pereira em 17/01/2014
Reeditado em 21/02/2015
Código do texto: T4653518
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.