EU E VOCÊ NO MOVIMENTO DAS HORAS
* Elias Alves Aranha
Eu e você,
Tão distante e tão próximo,
No movimento das horas,
Nas horas mortas da madrugada,
No sossego da aurora,
No crepúsculo da alvorada.
Não sei se dorme,
Não sei se sonha,
Mais sinto você,
Na brisa que passa,
Na lua que me abraça,
Na amplidão limitada.
Com meu semblante sisudo,
Sem substância humana,
Sou estrela pequenina,
Conclamando por conteúdo,
Procurando o calor,
Do seu corpo essencial.
Eu e você,
Tão próximo e tão longe,
Como o sol que aquece a terra,
Como a brisa que beija a flor,
Como o vale longe da serra,
Como dois seres que vivem o amor.
Disperso no tempo,
Na quietude da noite,
Um templo de amor,
Conclamando algo que quer,
O convívio de precioso valor,
Simplesmente um ente, “mulher”.