MAR DO AMOR

Chegou feito leve brisa

Eriçando a pele e sussurrando versos

Lábio eólico de sensual poetisa

Noite lúbrica unindo amplexos

Foi tomando o corpo inteiro

Na carne riscando doces fantasias

Vento que de início era forasteiro

E foi ficando tatuando poesias

De repente se fez vendaval

Me envolveu na poeira do desejo

Navegante a esmo perdi minha nau

Procelas do mar sal de beijos

Ondas que revoltas faziam espumas

Antes marolinhas que não punha fé

A alma em transe não achava dunas

O mar do amor em alta maré

Mergulhei fundo por me ver perdido

Depois da tempestade veio a bonança

Não podia morrer sem ter vivido

Um poeta nunca perde a esperança.