Na praia deserta
Estaríamos lá, eu e você.
Num profundo silêncio de nós dois
Alimentando-nos das nossas presenças
Do brilho da noite, negra e majestosa.
Olharíamos as estrelas e as contaríamos.
Em nosso silêncio, só usando o indicador.
Observaríamos as ondas do mar...
Se debatendo na areia fina da praia deserta.
Encostaria a minha cabeça em seus braços
Sentiria seu cheiro...
Passaria meu nariz por seu pescoço
Ficaria ali por algumas horas.
Pegaria na sua orelha para brincar e chamar sua atenção.
Para que você me sentisse mais.
Ouviria o seu respirar, juntamente com o vento.
Entrelaçaria minhas mãos na sua e seguraria firmemente.
Só para você saber que eu estaria segura do seu lado.
Perderíamos-nos na madrugada.
Um no outro. Sem pressa do amanhecer.
Seria o melhor silêncio de todos os tempos.
Melhor do que qualquer meditação.
Do que qualquer sabor de sorvete de flocos.
Amaríamos-nos, ainda quietos, em nossa plenitude.
Em nosso entendimento interior.
Só nós dois saberíamos das nossas verdades.
Fantasias, sentimentos, e as diversas sensações.
Calaríamos os pensamentos com os beijos do depois.
Deliciaríamos com o aconchego dos nossos corpos
Grudados um no outro, refrescados com nosso saber imaginável.
Deitados na praia, onde só existiria eu e você.
Eu o olharia quando findasse o momento.
Selaria com mais beijos, lindos beijos.
Sorriria daquele jeito.
Só para dizer que não desejaria estar em outro lugar.
A não ser em seus braços, naquele momento.