O QUE FAZER?
Fazer o que se os meus olhos do coração
foram fechados e simplesmente acreditei?
Se os sonhos confusos que sonhei transformaram
minha forma de viver, consegui até transformar uma
música fúnebre em uma canção ritmada de amor!
Fazer o que se deliberadamente me transformei
em um fantoche exposto as críticas de todos,
um joão-ninguém que a beira do caminho
mendigava somente amor?
Fazer o que se em águas estranhas me banhei
em um mar de rosas que não era meu, se
senti o aroma de todas as rosas embora não fosse
minha a rosa uma flor que se cheirasse?
Fazer o que se procurei a morte por jactância
e por isso paguei um preço elevadíssimo? E
agora retroceder? Em quem acreditar se
não nos gritos aflitivos de minha razão...
Pretenso janota, orgulhoso desfilando de
braços dados com a ilusão ou atravessando
a imensidão da utopia que eu próprio criei,
e agora saber que em meu brioso e altivo barco
não havia nenhuma rosa que dei...