Palavras penadas
As palavras de amor que avesso abortei,
Pois, nascendo, a desonra cortaria o fio;
derivam penadas, por onde, eu nem sei,
“baixam” em médiuns e falam do além,
sobre como é bela a vida depois do vazio...
Só tenho pena, dessas penadas palavras,
Em outros não soam como deviam, enfim;
se casulos medíocres, lhes prendem asas,
não vertem sadias de uma estranha lavra,
as que, deviam vir à luz por meio de mim...
A desdita soprando remontou novo caos,
empurrou ao mesmo vale receio e anelo;
deixou sonho inerte, como dois de paus,
fez dessa minha sorte a alegria dos maus,
faltou correspondência à têmpera do elo...
Talvez, reencontro uma ou duas, encaixo,
Na justa medida assim como, mão e luva;
Vulcano pediu brasa pra avivar seu facho,
Destino lenhador pôs meu tronco abaixo,
as raízes permanecem a espera de chuva...