Tempo

Moça, os teus olhos são para mim a mais

Pura poesia, criam em minha mente versos

Que ousam tentar lhe descrever.

Moça, não vê a chave em tua mão?

Veja, tenho cravado em minhas pálpebras

O seu rosto, e o sol que o ilumina,

Oh moça, não escuta o som do piscar de meus olhos?

A tua voz acaricia os meus ouvidos.

Oh tempo, escute minha oração,

Quando em fim o túnel se impuser em minha frente,

E as trevas cobrirem as minhas lembranças

Dissipando-as uma por uma,

Deixe aquela moça em meu espirito,

Deixe, com o que restar de mim, aquelas doces palavras,

Para que eu possa continuar a sentir o que sinto agora,

Pois tu sabes, mais do que qualquer outro deus,

Que o mundo pode ser feito de outro paralelo espelhado