Sem Tempo

pedras despencam dos céus

brancas bolas de bilhar

rolando espessas a brincar

enfurecem como as ondas do mar

olhos contemplam as nuvens de gelo

o medo se estampa em cor

vermelho azul verde e amarelo

na tez escancara o rubor

sinergia no ato a escrever poesia

com miseras tintas escuras

com a gravidade da mão

que apenas queria

externar nostalgia de uma chuva vazia

sem tempo

jorra a solidão das chuvas

jorra no asfalto negro escaldante

com pedras como fossem uvas

uvas sementes na chuva incessante

lavam as ruas do tempo

e molham as faces do tempo

de fomes

sem tempo

sem tempo para olhar

para uma palavra

sem tempo

lavam as ruas

sem tempo

sem tempo

para chorar

alexandre

alexandre montalvan
Enviado por alexandre montalvan em 11/01/2014
Código do texto: T4645507
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