DE AMOR E DE ÓDIO

Entre o amor e o ódio,

eu me situo.

Quero tua carne para afagar,

mas, de certo modo,

quero te matar

em nome de minha liberdade.

Cultivo desejo e ciúme.

Cultivo esperanças e medos.

O desejo de te mostrar o sol

se confunde

com o desejo de te trancafiar

no quarto de meus sonhos.

Não podes ir embora.

Não te quero assim tão perto.

Preciso aprender a conviver

com essa sensação de vício.

Acalmar o espírito,

derrotar meu jeito de ser

e, vencido, encontrar

a paz de viver

que, eu sei, está

em tua presença.

Aldir Bilac
Enviado por Aldir Bilac em 26/04/2007
Código do texto: T464490