DE AMOR E DE ÓDIO
Entre o amor e o ódio,
eu me situo.
Quero tua carne para afagar,
mas, de certo modo,
quero te matar
em nome de minha liberdade.
Cultivo desejo e ciúme.
Cultivo esperanças e medos.
O desejo de te mostrar o sol
se confunde
com o desejo de te trancafiar
no quarto de meus sonhos.
Não podes ir embora.
Não te quero assim tão perto.
Preciso aprender a conviver
com essa sensação de vício.
Acalmar o espírito,
derrotar meu jeito de ser
e, vencido, encontrar
a paz de viver
que, eu sei, está
em tua presença.