Labaredas Ardentes de Amor
Nas reconditas crateras da Lua existe a face oculta dos sentires
Um paraíso isolado mas iluminado pelo brilho da mais distinta liberdade
Amores que reflectem a intensidade inóspita de um local
Simplicidade que reúne o tudo de um mesmo todo
Lágrimas que beijam as estrelas em forma de ternas doçuras
Abraços que o tempo transcende na dimensão do eterno
Porque só o platónico perdura e se manifesta em cada aurora rejubilante
Na solidão mágica de uma distância que não se deseja partilhar
Nos caminhos sem volta e nos destinos perdidos que o carinho encontra
Soltando o eco de um coração que bate descompassado as notas musicais
De uma saudade que pulsa o gosto de um amor desejado
Existem mensagens que o vento embala no seu abrangente regaço de afectos
Sobrevoando o espaço que afasta as emoções latentes e abandonadas
Presenças constantes de uma sensação que se alastra pelo corpo inteiro
Desfazendo icebergs e reunindo fogueiras dispersas pelos cataclismos
Submersas na correria frenetica de um tempo que passa demasiado depressa
Roubando a paixão dos tentáculos da vida mutua
Fazendo perder o tempo nos assuntos trivias e banais do profissional
Que abafam o simples prazer do reencontro e do estar junto em cada final de dia
Para encerrar os laços existentes no enlace das pulsações conjuntas
Encontrar hoje no vale dos lençóis de um sonho a paixão
Que se acha no país das maravilhas de uma Alice sem carta de copas
Perdida na noção do terreno e do real para viver na dimensão do invisivel
Sobrevoando a magia de percorrer um corpo de beijos tórridos e afectuosos
Exaltando sentidos perdidos no universo de tensões geradas
Fazendo sobressair cada milimetro de pele quente e desejada
Tecida num manto de caricias e ternos sabores reveladores do Eu
Que se dissipam num elaborado mas espontâneo leque de emoções
Gestos que se dirigem naturalmente a um verdadeiro amor
Sentimentos que extravasam o que o coração liberta em suaves devaneios
Organza de sensações misticas e sensoriais que remexem os fluidos
Que correm nas veias com um querer ansioso e frenetico
Tal qual flor que ao amanhecer desperta com o brilho dos raios de sol
E cujas pétalas se desfazem no alcance minimo de um entardecer
Que desfoca os olhares numa taça de champanhe perdida num ninho de amor
Onde os cobertores ainda mornos têm o cheiro do desejo e do prazer
Sentir internamente e a ferver na alma a presença da libido
Exultando sensações multiplas que se desfazem entre o roçar dos corpos
E a suavidade das mãos a percorrer uma planície macia e despojada de Ti
Ansiosa pelo bem querer das palavras que se sussurram ao ouvido
E intimidam a razão partindo em cavalgadas em direcção ao irracional
Que absorvem as tentativas de esquecer sentimentos vivos no coração
Pulsantes dentro do peito, veementes e insanos de reciprocidade
Para finalmente se libertarem no espasmo que une uma mesma sensibilidade
Separada pelos pensamentos que seguem diferentes direcções
Mas se movem com igual fulgor pelos trajectos que unem uma mesma emoção
Tentativas duras e exigentes de luta por um sonho que se queria vivido
Real e ao alcance de um beijo que rouba o fôlego e alimenta a alma
E nesta demência que alimenta o impeto agreste do ser
Existe a candida doçura de ter nos braços a mais profunda alegria
Ao sentir o calor que se une ao amor e a ternura que se aproxima da paixão
A vontade de estar que perfuma o ar e encanta o lar com tal imensidão
Na frenetica correria dos ponteiros do relógio apenas se anseia peloo entardecer
Para receber de Ti a felicidade que durante todo o dia se deseja ter