Confissões de um palhaço

Um encontro às pressas numa pracinha tão linda,

palavras tão doces envolveram meu coração.

Tudo tão simples, de forma bem espontânea,

arrancaste de mim um alívio na alma.

Meus olhos brilharam pela beleza das promessas,

dos sonhos compartilhados, dos intuitos do coração.

Eram os sonhos de um palhaço a mim revelados...

Viajei por lindos lugares, revivi muitos sonhos!

Até que mandaste-me que eu fechasse meus olhos,

e colocaste em minha mão, numa surpresa tão boa,

uma flor colhida sem que eu percebesse.

Eram sonhos, apenas sonhos! A flor eu guardei, deveras,

infelizmente ela murchou... Mas o gesto tão lindo,

inda que instigante, nunca esquecerei.

Que ela seja o laço, de muitos abraços,

de um amor que nunca terei.

Em meus sonhos estarás, apenas lembranças,

eu desato os nós, com grande desconfiança.

Valeu por demais os momentos tão lindos,

os beijos a mim dados, aqueles cheiros sublimes!

Eram sonhos, sem fantasias e ao calor do sol!

E de agora em diante, só lembro do palhaço sem fantasia,

sem nariz pintado, sem o sorriso marcado.

Em minha lembrança não vejo mais seus risos,

pois tudo que me falastes eu cria que viveria...

Um palhaço sem verdades, um palhaço sem risos,

é apenas um animador e por dentro vazio.

O verdadeiro palhaço é aquele que chora,

e todos os dias aprende a se maquiar da forma mais linda!

O verdadeiro palhaço não provoca choros, aprende a dizer não,

e sai devagarinho, bem de mansinho, levando consigo,

um velho guarda-chuva colorido.

O verdadeiro palhaço dança, dá cambalhotas, cai e ri de si mesmo!

A maior qualidade de um palhaço é nunca deixar de ser bobo!

O picadeiro um dia cessa, as cordas apodrecem,

o sorriso marcado e os olhos pintados borram,

com o peso de uma lágrima não dividida.

(Confissões de um palhaço. Texto baseado em fatos reais!)

Daniel Cezário
Enviado por Daniel Cezário em 08/01/2014
Reeditado em 08/01/2014
Código do texto: T4640765
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