BEIJO SEM COR

O beijo que te dei caiu no asfalto

E foi pisoteado pela turba cafajeste...

Não sei... Talvez o carinho que me fizeste

Tenha sido fraude de um gesto falso.

Não mensurei a intensidade do gemido

Que abalou a superfície dos teus lábios,

Nos meus todos os prazeres foram raios

E labaredas de um vulcão semi-adormecido.

Se o fogo de uma paixão não te queima,

É porque tua sensibilidade não é seiva,

Mas barrotes de gelo importados do Sul...

De tua boca minha língua não quer odor,

Deixarei o ósculo trancafiado para o amor

Que me faça ver as estrelas dum céu azul!

POEMA ESCRITO E REGISTRADO EM

JANEIRO DE 1975.

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 06/01/2014
Código do texto: T4638912
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