Siciliana

Era bruna, mourisca,

e parecia que, de tempos antigos,

eu já a conhecia.

Trocamos olhares ambíguos,

era belíssima,

e eu a encontrei em Palermo,

depois em Taormina.

Ali, aos pés do Etna,

no antigo teatro grego,

mostrou-se uma menina cobiçada,

e, isolada, era uma ilha:

reservada, misteriosa,

mas era dada - e se exibia.

E explosiva, - e explodia.

Como o vulcão.

Fiquei encantado,

mas, - “peccato!”,

havia já um amor,

um rufião!

Rodei o mundo inteiro

e me sentia ali,

olhando para o Jardim de Naxus,

como “a casa mia”,

enquanto ela,

simplesmente, me via

como um estrangeiro...